domingo, março 11, 2007

MARIA CLEMENTINA DINIZ (1940-2007)



Ela, a quem Roteia homenageou discretamente no post anterior. Ela amava a poesia,
a música, a pintura, a psicologia e todas as formas de conhecimento. A vastidão do
seu saber impressionou quem teve a sorte de lhe ouvir a palavra extraordinária. A
força de carácter, a firmeza de convicções e a generosidade marcaram os seus alunos,
colegas, amigos. Ela frequentou a Faculdade de Medicina de Lisboa e no terceiro ano
decidiu: "não é isto que eu quero". E foi fazer o curso de Psicologia Clínica no Instituto
Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), onde mais tarde viria a ensinar e a integrar
os corpos directivos. Durante muitos anos dirigiu o Serviço de Psicologia Clínica do
Hospital Júlio de Matos.
A ela se deve no nosso país, o contributo fulcral para o reconhecimento do papel da
psicologia no campo da saúde mental, e a definição dos contornos científicos e éticos
da profissão.
Faleceu a 7 de Março e não será esquecida. A todos os que a escutaram, ofereceu
generosamente o seu vasto saber. Aos mais atentos, transmitiu a sua cintilante
sabedoria.

Para que fique dito.
[P]

Fotografia > Rui Fonseca (n. 1960), Portugal
>
Onda, Tocha, Figueira da Foz, 1986 (in Visão Litoral, ed. Ether, 1993)
[R]

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19 Comentários:

Blogger bettips escreveu...

Por vezes, vir aqui, transtorna...entristece essa penumbra sobre algumas pessoas grandes. O que não teria feito de BEM essa mulher! Abç por lembrar o que nem sabia.

12 março, 2007 02:32  
Anonymous Anónimo escreveu...

É verdade Bettips, o que ela fez de bem.
Primeiro, quisemos deixar apenas uma homenagem discreta a uma amiga. Depois, visto que os orgãos de informação nada noticiaram, resolvemos fazer uma homenagem directa e muito merecida.
Obrigado pelas suas palavras.

12 março, 2007 03:02  
Anonymous Anónimo escreveu...

Esta pessoa não me é estranha. Creio tê-la visto na televisão, há uns anos, entrevistada por Baptista-Bastos. Lembro-me de tê-la achado impressionante.
E esta fotografia não poderia ter sido melhor escolhida.
"On n'oublie rien, on s'habitue". Foi Brel quem disse.

14 março, 2007 23:07  
Anonymous Anónimo escreveu...

Gostei da homenagem a vossa amiga e, certamente, UMA GRANDE MULHER.

Estar triste é um estado que acontece a quem sente e a tristeza é um coração a chorar e um amigo nunca fica indiferente.

Marga

15 março, 2007 00:09  
Anonymous Anónimo escreveu...

Uma pequena homenagem a alguém que deu tanto.
Fica aqui a minha saudade e a tristeza por alguém com uma alma tão grande ter partido tão cedo.
Na minha memória ficarão as conversas os risos o partilhar...
e Maria tinhas razão sublime é a alma humana...

15 março, 2007 21:12  
Anonymous Anónimo escreveu...

Obrigado, L'Oiseau Rare, pelo comentário. E tem razão, nos anos 90, Baptista-Bastos entrevistou M.Clementina Diniz, no contexto de um programa semanal de entrevistas a personalidades da cultura portuguesa.

15 março, 2007 23:49  
Anonymous Anónimo escreveu...

Marga:
É verdade que M. Clementina Diniz tinha grandeza. O seu desaparecimento é uma perda irreparável para quem teve a sorte de a conhecer pessoalmente. Como disse Vergílio Ferreira, de algum modo podemos dizer que ela permanece viva enquanto viverem os que a recordam. Em nome da equipa do Ultraperiférico, obrigado pelo comentário.

16 março, 2007 00:34  
Anonymous Anónimo escreveu...

Caro Anónimo, o Ultraperiférico não responde por norma a comentários anónimos. Mas M.Clementina Diniz justifica a excepção. Obrigado pelo seu comentário a esta homenagem que, como toda e qualquer outra, seria sempre pequena, por ser dirigida a uma pessoa de excepção como M.Clementina Diniz.

16 março, 2007 00:55  
Anonymous Anónimo escreveu...

"Para ser grande, sê inteiro:nada/
Teu exagera ou exclui./
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és/
No mínimo que fazes./
Assim em cada lago a lua toda/
Brilha, porque alta vive."
Assim ela brilhará...

16 março, 2007 20:09  
Anonymous Anónimo escreveu...

E não podia ser mais belo aquilo que ouvi. A menina nas fotografias não vai esquecer. Um abraço.

16 março, 2007 20:21  
Blogger R.O. escreveu...

Assim ela brilhará, sim. Obrigado Balthus pelo comentário e pelo belo poema de Fernando Pessoa.

Propranolol

22 março, 2007 00:05  
Anonymous Anónimo escreveu...

Obrigado Espiral, pelas palavras que Maria te inspirou. Eu gosto e ela gostaria de saber que "a menina nas fotografias" não vai esquecê-la.

22 março, 2007 00:31  
Anonymous Anónimo escreveu...

Ao ler este texto, só me vem á ideia que são raros os que podem privar assim com pessoas que transformam os outros. A regra é convivermos com pessoas e media que só nos procuram entropecer.
É uma das coisas que me faz mais espécie é o isolamento em que cada vez mais vivemos.

22 março, 2007 10:21  
Blogger Aldina Duarte escreveu...

A Maria Clementina Diniz, para mim a Maria, É e Está na minha Alma eterna e inteiramente.

Até sempre!

25 março, 2007 23:38  
Anonymous Anónimo escreveu...

Felizmente, Mário, existem pessoas que, sendo raras, estão por aí, algures. Ela era uma delas. Creio que se estivermos atentos, acabamos, mais tarde ou mais cedo, por ter o encantamento de as conhecer. Obrigado pelo comentário.

27 março, 2007 00:25  
Anonymous Anónimo escreveu...

Aldina, gostei particularmente do seu comentário. Obrigado, em nome da equipa do Ultraperiferico.

27 março, 2007 00:29  
Anonymous Anónimo escreveu...

Todas as homenagens à Maria serão poucas. Mas a melhor homenagem que lhe podemos fazer é andar para frente de cabeça erguida e coração aberto lutando por um mundo melhor, lutando para sermos felizes, vivendo com todos os sentidos. Ficaram saudades e memórias que me aconmpanham para sempre.

10 setembro, 2007 23:07  
Anonymous Carolina Marques escreveu...

Era simplesmente a melhor pessoa do mundo. Sim, todas as homenagens serão poucas, ninguém alguma vez conseguirá alcançar tudo o que ela conseguiu e fez. E digo isto porque é verdade, sendo a sua neta mais nova, digo melhor que ninguém que era uma pessoa que lutava por tudo o que queria com uma força que nunca tivera visto antes. Tenho saudades. Para sempre!

18 janeiro, 2011 23:51  
Anonymous Tânia escreveu...

Um Ser fantástico!!!...Tanto eu, como os meus irmãos tivemos o privilégio de tê-la como nossa psicóloga. A forma como tratava todos os "seus" adolescentes era simplesmente deliciosa. Devemos-lhe em parte, e a nós próprios, claro está, o que somos hoje, não nos deixou cair da corda bamba, acreditou sempre em nós, mostrou-nos uma luzinha ao fundo do túnel...Eu própria, ao seguir Psicoterapia, é uma das formas de lhe prestar homenagem, ela sempre soube que eu acabaria por seguir esse caminho. Um grande Bem-Haja!

11 outubro, 2011 20:42  

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