MARIA CLEMENTINA DINIZ (1940-2007)
Ela, a quem Roteia homenageou discretamente no post anterior. Ela amava a poesia,
a música, a pintura, a psicologia e todas as formas de conhecimento. A vastidão do
seu saber impressionou quem teve a sorte de lhe ouvir a palavra extraordinária. A
força de carácter, a firmeza de convicções e a generosidade marcaram os seus alunos,
colegas, amigos. Ela frequentou a Faculdade de Medicina de Lisboa e no terceiro ano
decidiu: "não é isto que eu quero". E foi fazer o curso de Psicologia Clínica no Instituto
Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), onde mais tarde viria a ensinar e a integrar
os corpos directivos. Durante muitos anos dirigiu o Serviço de Psicologia Clínica do
Hospital Júlio de Matos.
A ela se deve no nosso país, o contributo fulcral para o reconhecimento do papel da
psicologia no campo da saúde mental, e a definição dos contornos científicos e éticos
da profissão.
Faleceu a 7 de Março e não será esquecida. A todos os que a escutaram, ofereceu
generosamente o seu vasto saber. Aos mais atentos, transmitiu a sua cintilante
sabedoria.
Para que fique dito.
[P]
Fotografia > Rui Fonseca (n. 1960), Portugal
> Onda, Tocha, Figueira da Foz, 1986 (in Visão Litoral, ed. Ether, 1993)
[R]
Ela, a quem Roteia homenageou discretamente no post anterior. Ela amava a poesia,
a música, a pintura, a psicologia e todas as formas de conhecimento. A vastidão do
seu saber impressionou quem teve a sorte de lhe ouvir a palavra extraordinária. A
força de carácter, a firmeza de convicções e a generosidade marcaram os seus alunos,
colegas, amigos. Ela frequentou a Faculdade de Medicina de Lisboa e no terceiro ano
decidiu: "não é isto que eu quero". E foi fazer o curso de Psicologia Clínica no Instituto
Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), onde mais tarde viria a ensinar e a integrar
os corpos directivos. Durante muitos anos dirigiu o Serviço de Psicologia Clínica do
Hospital Júlio de Matos.
A ela se deve no nosso país, o contributo fulcral para o reconhecimento do papel da
psicologia no campo da saúde mental, e a definição dos contornos científicos e éticos
da profissão.
Faleceu a 7 de Março e não será esquecida. A todos os que a escutaram, ofereceu
generosamente o seu vasto saber. Aos mais atentos, transmitiu a sua cintilante
sabedoria.
Para que fique dito.
[P]
Fotografia > Rui Fonseca (n. 1960), Portugal
> Onda, Tocha, Figueira da Foz, 1986 (in Visão Litoral, ed. Ether, 1993)
[R]
Etiquetas: Maria Clementina Diniz, Rui Fonseca
19 Comentários:
Por vezes, vir aqui, transtorna...entristece essa penumbra sobre algumas pessoas grandes. O que não teria feito de BEM essa mulher! Abç por lembrar o que nem sabia.
É verdade Bettips, o que ela fez de bem.
Primeiro, quisemos deixar apenas uma homenagem discreta a uma amiga. Depois, visto que os orgãos de informação nada noticiaram, resolvemos fazer uma homenagem directa e muito merecida.
Obrigado pelas suas palavras.
Esta pessoa não me é estranha. Creio tê-la visto na televisão, há uns anos, entrevistada por Baptista-Bastos. Lembro-me de tê-la achado impressionante.
E esta fotografia não poderia ter sido melhor escolhida.
"On n'oublie rien, on s'habitue". Foi Brel quem disse.
Gostei da homenagem a vossa amiga e, certamente, UMA GRANDE MULHER.
Estar triste é um estado que acontece a quem sente e a tristeza é um coração a chorar e um amigo nunca fica indiferente.
Marga
Uma pequena homenagem a alguém que deu tanto.
Fica aqui a minha saudade e a tristeza por alguém com uma alma tão grande ter partido tão cedo.
Na minha memória ficarão as conversas os risos o partilhar...
e Maria tinhas razão sublime é a alma humana...
Obrigado, L'Oiseau Rare, pelo comentário. E tem razão, nos anos 90, Baptista-Bastos entrevistou M.Clementina Diniz, no contexto de um programa semanal de entrevistas a personalidades da cultura portuguesa.
Marga:
É verdade que M. Clementina Diniz tinha grandeza. O seu desaparecimento é uma perda irreparável para quem teve a sorte de a conhecer pessoalmente. Como disse Vergílio Ferreira, de algum modo podemos dizer que ela permanece viva enquanto viverem os que a recordam. Em nome da equipa do Ultraperiférico, obrigado pelo comentário.
Caro Anónimo, o Ultraperiférico não responde por norma a comentários anónimos. Mas M.Clementina Diniz justifica a excepção. Obrigado pelo seu comentário a esta homenagem que, como toda e qualquer outra, seria sempre pequena, por ser dirigida a uma pessoa de excepção como M.Clementina Diniz.
"Para ser grande, sê inteiro:nada/
Teu exagera ou exclui./
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és/
No mínimo que fazes./
Assim em cada lago a lua toda/
Brilha, porque alta vive."
Assim ela brilhará...
E não podia ser mais belo aquilo que ouvi. A menina nas fotografias não vai esquecer. Um abraço.
Assim ela brilhará, sim. Obrigado Balthus pelo comentário e pelo belo poema de Fernando Pessoa.
Propranolol
Obrigado Espiral, pelas palavras que Maria te inspirou. Eu gosto e ela gostaria de saber que "a menina nas fotografias" não vai esquecê-la.
Ao ler este texto, só me vem á ideia que são raros os que podem privar assim com pessoas que transformam os outros. A regra é convivermos com pessoas e media que só nos procuram entropecer.
É uma das coisas que me faz mais espécie é o isolamento em que cada vez mais vivemos.
A Maria Clementina Diniz, para mim a Maria, É e Está na minha Alma eterna e inteiramente.
Até sempre!
Felizmente, Mário, existem pessoas que, sendo raras, estão por aí, algures. Ela era uma delas. Creio que se estivermos atentos, acabamos, mais tarde ou mais cedo, por ter o encantamento de as conhecer. Obrigado pelo comentário.
Aldina, gostei particularmente do seu comentário. Obrigado, em nome da equipa do Ultraperiferico.
Todas as homenagens à Maria serão poucas. Mas a melhor homenagem que lhe podemos fazer é andar para frente de cabeça erguida e coração aberto lutando por um mundo melhor, lutando para sermos felizes, vivendo com todos os sentidos. Ficaram saudades e memórias que me aconmpanham para sempre.
Era simplesmente a melhor pessoa do mundo. Sim, todas as homenagens serão poucas, ninguém alguma vez conseguirá alcançar tudo o que ela conseguiu e fez. E digo isto porque é verdade, sendo a sua neta mais nova, digo melhor que ninguém que era uma pessoa que lutava por tudo o que queria com uma força que nunca tivera visto antes. Tenho saudades. Para sempre!
Um Ser fantástico!!!...Tanto eu, como os meus irmãos tivemos o privilégio de tê-la como nossa psicóloga. A forma como tratava todos os "seus" adolescentes era simplesmente deliciosa. Devemos-lhe em parte, e a nós próprios, claro está, o que somos hoje, não nos deixou cair da corda bamba, acreditou sempre em nós, mostrou-nos uma luzinha ao fundo do túnel...Eu própria, ao seguir Psicoterapia, é uma das formas de lhe prestar homenagem, ela sempre soube que eu acabaria por seguir esse caminho. Um grande Bem-Haja!
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