INTELIGÊNCIA

Ainda Georges Braque e as suas palavras 'Amo a regra que corrige a emoção.
Amo a emoção que corrige a regra'. Aqui ficam algumas considerações breves
que me ocorrem a propósito desta frase notável.
É evidente que a regra se relaciona com o que temos por hábito identificar como
razão, racionalidade. Frequentemente, emoção e razão são tidas como inimigas,
trata-se no fundo do clássico antagonismo entre 'o coração e a cabeça'.
Na era das tecnologias a tendência é para dar o primado à razão. Quem é racional
e objectivo tende a ser mais apreciado e respeitado, porque a expressão de emoções
está socialmente conotada com fragilidade e vulnerabilidade emocional. Mas na
verdade não podemos esquecer que a emoção, sendo prévia à razão, tem uma
função adaptativa: faz a primeira avaliação do que nos acontece. Informa-nos
do que nos rodeia, prepara-nos para a acção. É fundamental identificar a emoção
(medo, alegria, raiva...), que o acontecido provoca. É portanto útil, e em todo o
caso estrutural, não poderíamos viver sem emoções. É indispensável exprimi-las
e integrá-las com a razão, na procura de novos significados para a vida. Por seu
lado, a razão relaciona-se com a capacidade de análise e de reflexão sobre o que
nos acontece, através do pensamento, do raciocínio lógico. O pensamento dá
significado à emoção, analisa-a, ou seja, observa-a em perspectiva.
A emoção controla as funções não verbais e abre caminho à concentração e ao
silêncio. A razão controla as funções verbais e analíticas, identifica a experiência
e a emoção que ela suscita, encontrando a palavra que a descreve. A tão falada
inteligência emocional não é senão a adequação do que pensamos ao que sentimos.
A forma mais elevada de inteligência é a capacidade de comunicar, de estar em
empatia com o outro.
A arte e a criatividade são os exemplos por excelência da integração da razão
com a emoção. Regra e emoção, portanto.
[P]
Escultura > Jim Dine (n.1935), EUA
> Two Big Black Hearts, 1985, bronze, Col. DeCordoba Museum and Sculpture
Park, Lincoln (MA, USA)
[R]

Ainda Georges Braque e as suas palavras 'Amo a regra que corrige a emoção.
Amo a emoção que corrige a regra'. Aqui ficam algumas considerações breves
que me ocorrem a propósito desta frase notável.
É evidente que a regra se relaciona com o que temos por hábito identificar como
razão, racionalidade. Frequentemente, emoção e razão são tidas como inimigas,
trata-se no fundo do clássico antagonismo entre 'o coração e a cabeça'.
Na era das tecnologias a tendência é para dar o primado à razão. Quem é racional
e objectivo tende a ser mais apreciado e respeitado, porque a expressão de emoções
está socialmente conotada com fragilidade e vulnerabilidade emocional. Mas na
verdade não podemos esquecer que a emoção, sendo prévia à razão, tem uma
função adaptativa: faz a primeira avaliação do que nos acontece. Informa-nos
do que nos rodeia, prepara-nos para a acção. É fundamental identificar a emoção
(medo, alegria, raiva...), que o acontecido provoca. É portanto útil, e em todo o
caso estrutural, não poderíamos viver sem emoções. É indispensável exprimi-las
e integrá-las com a razão, na procura de novos significados para a vida. Por seu
lado, a razão relaciona-se com a capacidade de análise e de reflexão sobre o que
nos acontece, através do pensamento, do raciocínio lógico. O pensamento dá
significado à emoção, analisa-a, ou seja, observa-a em perspectiva.
A emoção controla as funções não verbais e abre caminho à concentração e ao
silêncio. A razão controla as funções verbais e analíticas, identifica a experiência
e a emoção que ela suscita, encontrando a palavra que a descreve. A tão falada
inteligência emocional não é senão a adequação do que pensamos ao que sentimos.
A forma mais elevada de inteligência é a capacidade de comunicar, de estar em
empatia com o outro.
A arte e a criatividade são os exemplos por excelência da integração da razão
com a emoção. Regra e emoção, portanto.
[P]
Escultura > Jim Dine (n.1935), EUA
> Two Big Black Hearts, 1985, bronze, Col. DeCordoba Museum and Sculpture
Park, Lincoln (MA, USA)
[R]
Etiquetas: Georges Braque, Jim Dine
3 Comentários:
A emoção cria e a razão executa, basicamente...
até sempre
Aldina,
Os conceitos de emoção e razão estão sucintamente contidos na frase: "a emoção move, a razão guia". A criação integra ambas. Obrigado pelo seu comentário.
Parabéns pelo blog e pelos posts, pelo menos os que eu vi são muito interessantes. Parabéns também pelas diversas linguagens culturais em interligação, o que é pouco frequente em blogs portugueses. E Jim Dine, pois muito bem.
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