“Na minha opinião, a arte é a única força evolutiva. Quer dizer, que só partindo da criatividade humana se pode transformar o estado de coisas existente.”
Citação > Joseph Beuys(1921-1986), Alemanha Objecto > Joseph Beuys> Capri Batterie, 1985. [R]
Com o Beuys fico sempre de pé atrás, desculpem lá: de xamã a mistificador e demagogo, o passo foi estreito. A arte é e foi sempre muitas coisas (autoridade e propaganda, ostentação, gadget, entretem, loucura, etc, e outras mais positivas); a palavra não designa apenas a ambição, a invenção ou a excelência. Por outro lado, em nome da vanguarda (será ela a tal "força evolutiva"?, artística e política) cometeram-se muitos crimes. Porquê "a única"? E a arte é/foi sempre "evolutiva"? E não se limite a criatividade humana ao que se tem chamado arte, felizmente são mais largos os seus caminhos.
Note-se que, segundo o que aqui está escrito, a concepção de "arte" é bastante vasta. Aquilo a que o autor primeiramente chama "arte" é substituído depois por uma ideia muito mais vasta (e que talvez seja mais precisa quanto à intenção desse autor), que é a criatividade. Se analisarmos a evolução da tecnologia, certamente que a criatividade (a par da aplicação prática) teve um papel importante (veja-se, a título de exemplo, a novíssima invenção de transístores com papel por uma investigadora da Univ. Nova de Lisboa). E, mais que isso, se analisarmos a evolução da ciência podemos notar que foi a presença de uma criatividade que favoreceu a dispersão de novas ideias e, por extensão, novas maneiras de compreender o mundo (bem como novas experiências para compreender o funcionamento do mundo); e não nos podemos esquecer de que as conclusões (interpretações) que resultaram dessas experiências bem puxaram o mundo para a frente (note-se a teoria da evolução das espécies de Darwin, que fará em 2009 150 anos, e que tanto mudou o mundo - e ainda continua a mudar).
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O verdadeiro problema começa quando a arte deixa de ter esse poder disruptivo que permite a evolução do estado de coisas.
Aconteceu com o final da(s) narrativa(s) da arte, como o punha Danto, culminando com o urinol na parede. Ou seja: no momento em que a narrativa passou a ser "Tudo é arte", sucedeu exactamente o oposto: "Nada é arte". Daí que olhemos com o mesmo enfado um neoneorealismo reproduzindo a face de Einstein ao detalhe fotográfico da mesma forma que observamos quase impávidos os desfilares de Joanas Vasconcelos e suas montanhas de garrafas e funis, e por aí adiante, como hipóteses colocadas lado a lado e não obedientes a qualquer estrutura hierarquica definida pela narrativa, agora inexistente.
Em suma: o final das fronteiras da arte deixou a arte, cada vez mais, sem novas fronteiras para romper. Chegando ao final dessa meta, que se antevê curta (ainda não se trucidaram vacas ao vivo com uma motosserra nem se pintou a Assembleia da República de cor de rosa com espirais amarelas - já agora, fica a sugestão) poderá haver efectivamente evolução?
11 Comentários:
voilà. nem mais. É arte tudo quanto parte da imaginação humana, quando sincera e franca.
i saw him in the Tate Gallery ... always great
Com o Beuys fico sempre de pé atrás, desculpem lá: de xamã a mistificador e demagogo, o passo foi estreito. A arte é e foi sempre muitas coisas (autoridade e propaganda, ostentação, gadget, entretem, loucura, etc, e outras mais positivas); a palavra não designa apenas a ambição, a invenção ou a excelência. Por outro lado, em nome da vanguarda (será ela a tal "força evolutiva"?, artística e política) cometeram-se muitos crimes. Porquê "a única"? E a arte é/foi sempre "evolutiva"? E não se limite a criatividade humana ao que se tem chamado arte, felizmente são mais largos os seus caminhos.
Note-se que, segundo o que aqui está escrito, a concepção de "arte" é bastante vasta. Aquilo a que o autor primeiramente chama "arte" é substituído depois por uma ideia muito mais vasta (e que talvez seja mais precisa quanto à intenção desse autor), que é a criatividade. Se analisarmos a evolução da tecnologia, certamente que a criatividade (a par da aplicação prática) teve um papel importante (veja-se, a título de exemplo, a novíssima invenção de transístores com papel por uma investigadora da Univ. Nova de Lisboa). E, mais que isso, se analisarmos a evolução da ciência podemos notar que foi a presença de uma criatividade que favoreceu a dispersão de novas ideias e, por extensão, novas maneiras de compreender o mundo (bem como novas experiências para compreender o funcionamento do mundo); e não nos podemos esquecer de que as conclusões (interpretações) que resultaram dessas experiências bem puxaram o mundo para a frente (note-se a teoria da evolução das espécies de Darwin, que fará em 2009 150 anos, e que tanto mudou o mundo - e ainda continua a mudar).
Evoluir é ARTE.
Aqui, pela ironia das formas (eu sou mais clássica). Mas do limão nasce a luz...ou será da discussão?
Abç
venham daí ... estamos a precisar de vós!
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pls visit me and leave a comment
xoxo
e o blog n se actualiza?
ja faz falta;)
abraço
Com saudades, também.
pois... que pena as actualizações serem tão esporádicas.
Um leitor fiel
abraço,
CV
O verdadeiro problema começa quando a arte deixa de ter esse poder disruptivo que permite a evolução do estado de coisas.
Aconteceu com o final da(s) narrativa(s) da arte, como o punha Danto, culminando com o urinol na parede. Ou seja: no momento em que a narrativa passou a ser "Tudo é arte", sucedeu exactamente o oposto: "Nada é arte". Daí que olhemos com o mesmo enfado um neoneorealismo reproduzindo a face de Einstein ao detalhe fotográfico da mesma forma que observamos quase impávidos os desfilares de Joanas Vasconcelos e suas montanhas de garrafas e funis, e por aí adiante, como hipóteses colocadas lado a lado e não obedientes a qualquer estrutura hierarquica definida pela narrativa, agora inexistente.
Em suma: o final das fronteiras da arte deixou a arte, cada vez mais, sem novas fronteiras para romper. Chegando ao final dessa meta, que se antevê curta (ainda não se trucidaram vacas ao vivo com uma motosserra nem se pintou a Assembleia da República de cor de rosa com espirais amarelas - já agora, fica a sugestão) poderá haver efectivamente evolução?
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