domingo, junho 01, 2008

[citação 30]
SE ELA UM DIA ADORMECER COM CEREJAS



Se ela um dia adormecer com cerejas junto ao pequeno
respirar, e sonhar
estes imensos arcos que os séculos vão colocando
sob os astros - e se de tudo
a sua cabeça estremecer como numa loucura,
com altos picos em volta, com enormes faróis
acendendo e apagando - escuta: se essa criança
imaginar, e todas as cordas se juntarem tensamente
para que ela invente o seu próprio rio
sem nome (...)


Citação/Poema > Herberto Helder (n.1930), Portugal

> As Musas Cegas, VII


Fotografia > Julia Margaret Cameron (1815-1879), Reino Unido
> Rachel Gurney, I Wait, 1872, col. The J. Paul Getty Museum, Los Angeles
[P]

8 Comentários:

Blogger A Lusitânia escreveu...

se ela adormece com cerejas,
cereja seria eu
para a almofadar

02 junho, 2008 01:17  
Anonymous Anónimo escreveu...

Obrigado, MFB, pelo comentário. Grandes poetas como Herberto Helder ou grandes mestres da fotografia como Julia Margaret Cameron têm o poder de nos despertar emoções assim, quando é de crianças que falamos.

02 junho, 2008 13:41  
Blogger A Lusitânia escreveu...

obrigada a vós, sempre, por me continuarem a surpreender

02 junho, 2008 18:23  
Anonymous Anónimo escreveu...

Grandes olhos claros cor de madrugada,
olhos de criança, brincos de cerejas,
a brincar nos campos de cor encarnada,
és sempre uma estrela onde quer que estejas.

06 junho, 2008 13:51  
Blogger A Lusitânia escreveu...

Olá, no meu luar para vós ficou um abraço, pelo dia de amanhã.
Roteia, que tal correu? Não pude visitar o teu "quintal", na sexta, mas não me esqueci. Parabéns.

09 junho, 2008 13:35  
Anonymous Anónimo escreveu...

Fui ver o imenso jardim onde imperas
Tu, a mais bela flor de todas as flores
Plantada no oceano prateado e infinito
Azul, doce, fresco e verdadeiro
Fui ver o imenso jardim onde imperas
Voltei só
E contente porque te vi
Lá longe, muito perto
Diáfana e bela
Rainha
A mais bela flor de todas as flores
Minha flor

06 julho, 2008 23:21  
Anonymous Anónimo escreveu...

Obrigado, 'anónima', por este comovente poema de amor que, de tão individual, é universal. Por isso também já é meu e do Ultraperiférico e de todos os que aqui o leiam.

08 julho, 2008 00:52  
Blogger bettips escreveu...

Assim se soltam as asas de anjos e poemas. Uma beleza!
Abçs

12 julho, 2008 01:47  

Enviar um comentário

<< Home