quinta-feira, maio 24, 2007

A CIDADE DAS MULHERES



Nome feliz inspirado na Cité des Dames (Christine de Pisan, 1363-1430) e muito
oportuno, dada a relevância das cidades no mundo contemporâneo e o crescente
protagonismo das mulheres na vida pública e intelectual.
Ao longo deste mês de Maio Cristina L Duarte, que felicitamos, vem assinalando
o primeiro aniversário do seu blogue com posts diários. Aqui fica um contributo do
Ultraperiférico, com estas questões:
A tendência paritária homem/mulher é sobretudo um instrumento de
equidade e de justiça soci
al, em rotura com o passado dominado por
homens, ou poderá constituir uma revolução civilizacional?

Dito de outro modo: Um maior contributo das mulheres na vida pública
pode transformar o mundo, torná-lo melhor?
[R]

Fotografia > Hans Bellmer (1902-1975), Alemanha/França
> La Poupée, c. 1935 (fonte: Dolls of Hans Bellmer)
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16 Comentários:

Blogger linfoma_a-escrota escreveu...

as mulheres tão mt à frente de nós mas às xs não têm essa noção, elas ficavam nu acampamento a cuzinhar (e comer) cogumelos enknt nós, homens, iamos caçar a carne para acompanhar, xegavamus tavam elas todas fora a falar falar falar lol
actualmente intitulam-na de religião pagã lol a natureza pagã, acordem bébés-escravos


WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM

24 maio, 2007 13:30  
Anonymous Anónimo escreveu...

Apesar da formatação mental, as mulheres não "funcionam" da mesma forma que os homens em sociedade, e muitas vezes essa forma de actuação é melhor. Se afastarmos a névoa que a sociedade medieval tentou lançar sobre as mulheres (e que Cristina de Pisan afrontou) vemos que é preciso ser verdadeiramente resistente para suportar todas as humilhações que lhes foram infligidas ao longo dos séculos.

24 maio, 2007 15:44  
Blogger bettips escreveu...

Toda essa inferioridade, inscrita nos nossos genes e cultivada por uma sociedade liderada por homens, vai dar um trabalhão a "desfazer". Mas que o mundo seria melhor, porque não dar-nos o benefício da dúvida?

24 maio, 2007 16:52  
Anonymous Anónimo escreveu...

Os factos são estes - posso comprová-los por experiência directa de 22 anos de experiência profissional e pela observação do que se passa à minha volta: para que o mérito e competência de uma mulher sejam reconhecidos, ela tem de os ter em doses duplas relativamente aos homens.
O que significa, na prática, que um profissional(homem) mediano ou medíocre tem a mesma recompensa e reconhecimento (social, profissional, salarial) que uma boa profissional.
Há algumas nuances: se a profissional fôr pouco questionadora, ainda pode beneficiar de alguma condescendência.
Esta realidade torna-se particularmente patológica e irracional quando se verifica em organizações cujo principal fito é atingir os resultados com sucesso e fazer dinheiro...

Posto isto, e pensando na pergunta que Roteia coloca, penso que beneficiaríamos muito se nos libertássemos destes arcaísmos culturais... Seria uma revolução, sim.

24 maio, 2007 21:04  
Blogger A Lusitânia escreveu...

Pois é, à Cristina Duarte, pelo seu blog, pela sua atitude e, principalmente, humor vai o meu apreço, frequentadora que sou das suas "novidades" diárias

Mulheres ao Luar

25 maio, 2007 08:12  
Blogger Roteia escreveu...

Linfoma:
Bébés-escravos, quem? Os homens, os filhos...?

Mário:
É de facto notável a capacidade de resistência à humilhação de muitas mulheres. Creio que por isso mesmo elas desenvolveram modos de defesa, poderes escondidos. Mas é difícil distinguir o cultural do estrutural naquilo que consideramos características femininas.

Bettips:
Do meu ponto de vista o mundo seria melhor sim, porque as soluções dependem essencialmente do equilíbrio entre as diferentes partes. Mas antes de mais torna-se necessário pôr em equilíbrio as partes masculinas e femininas dentro de cada um de nós, homens ou mulheres, e isto daria um trabalhão ainda maior.

BaLa:
O teu testemunho pessoal é bem esclarecedor de uma situação que infelizmente ainda persiste, no entanto em muitas profissões as coisas já não são assim: em várias áreas do funcionalismo público (o ensino por exemplo) e certas áreas empresariais (comércio e serviços) são mulheres que comandam as operações sem quaisquer constrangimentos.
Quanto à questão que levantei da revolução civilizacional... para além dos direitos ainda por reconhecer, será que alguma coisa de substancial mudaria se as mulheres em paridade ou maioria governassem o mundo?

Mena:
Concordo.

25 maio, 2007 11:05  
Blogger bettips escreveu...

Bala: directo como o teu nome! É mesmo assim, a pele sente-o.
Ó Roteia, eu pedi...o benefício da dúvida, só. Mas lembro, aqui no rincão, Maria de Lurdes Pintasilgo, para mim um exemplo de mulher: culta, carinhosa, moderna, atenta... Mulher que, ao chegar, abriu as gavetas do Governo. Abç

27 maio, 2007 19:00  
Anonymous Anónimo escreveu...

Estou totalmente de acordo com Bala (sempre directa e certeira). As mulheres não somos melhores ou peores que os homens, mas com certeza, que uma maior participação das mulheres na vida pública, seria positiva.

27 maio, 2007 20:49  
Blogger linfoma_a-escrota escreveu...

bébés escravos da sociedade ocidental mediatizada pela tecnologia censuradora e o vórtex das ideias deitadas ao lixo e moderadas pela acumulação

28 maio, 2007 17:02  
Anonymous Anónimo escreveu...

Bettips e Pilar,
Vejo que sabem de que estou a falar. E ainda acrescento que o contributo da mulher para "o mundo melhor" só será possível se o padrão a seguir não fôr o masculino. Os contributos masculino e feminino são bons pela sua diferença e complementaridade. Mas infelizmente o paradigma a seguir - e seguido - por muitas mulheres para chegar aos centros de decisão e para neles se manterem é o paradigma masculino. Ora eu não tenho de seguir modelos masculinos para valer... Marilyn Monroe explicou isto muito melhor do que eu:"I don't mind living in a man's world as long as I can be a woman in it."

E, como diz Roteia, para que cada um dos géneros desempenhe o seu papel em pleno, tem de compreender e revelar os seus lados - masculino e feminino. O que é, talvez, a chave do problema, mas, reconheço, complicado.

28 maio, 2007 18:02  
Blogger paulo escreveu...

É um instrumento de equidade e justiça, aliás consagrado nos direitos humanos e na lei. Uma revolução civilizacional, não sei se será, uma vez que a civilização ocidental (porque esta questão põe-se apenas nas sociedades gregas-latinas-cristãs) já é baseada no confronto de opiniões/ideias. Aumenta o número de opiniões/ideias (a entropia democrática). Tornar o mundo melhor, duvido. De certeza que não o torna pior. É interessante reflectir na organização social das primitivas tribos europeias, quando a procriação era um mistério e não se associava a cópula à fecundação: eram sociedades matriarcais, adoradoras da Grande Deusa (Lua), com uma rainha que copulava com homens escolhidos, em rituais sangrentos, os quais acabavam com o sacrifício desse rei por um dia, a bem da caça e das colheitas. Foram milénios assim. A experiência do dirigismo sexista (ou racista, ou religioso, etc.) tem uma história sombria.

30 maio, 2007 18:30  
Blogger Belinha Fernandes escreveu...

Último dia para votar na Bruxa!! Isto é PUB gratuita pois se votar não ganha nada com isso. Mas a Bruxinha agradece do fundo do caldeirão!

31 maio, 2007 14:17  
Anonymous Anónimo escreveu...

Paulo,
Concordo que o dirigismo sexista não traz nada de bom, como aliás se comprova na nossa experiência civilizacional - e aqui não a restrinjo à civilização ocidental. O confronto de ideias não significa paridade e igualdade de direitos, se os mecanismos sociais implicarem o privilégio de género.

Como o privilégio de género impede o contributo complementar e paritário dos dois sexos, então não duvido que a sua abolição pode trazer-nos um mundo melhor.

01 junho, 2007 00:58  
Anonymous Anónimo escreveu...

Cada um de nós assumirmo-nos como individuos particulares, e não como "actores" de um qualquer papel de género" é uma tarefa digna de Hércules, que pôe à prova a nossa "fibra" psicológica e a capacidade que um organismo tem de viver em meio hostil.
Quando o conseguimos só falta esperar que os outros também o consigam fazer.

01 junho, 2007 17:13  
Blogger maria escreveu...

Ser mulher e estar no poder não significa que vai haver necessariamente uma política diferente, basta ver os exemplos que já existiram. Depende da mulher e do seu projecto.Assim acredito que poderá haver diferenças e (porque não?) melhoras.Sou fiminista e isso passa também por assumir que homens e mulheres são diferentes mas por admitir também a minha parte masculina e a feminina que há no outro.

01 junho, 2007 20:30  
Blogger maria escreveu...

digo feminista,desculpa

01 junho, 2007 20:32  

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