A CIDADE DAS MULHERES

Nome feliz inspirado na Cité des Dames (Christine de Pisan, 1363-1430) e muito
oportuno, dada a relevância das cidades no mundo contemporâneo e o crescente
protagonismo das mulheres na vida pública e intelectual.
Ao longo deste mês de Maio Cristina L Duarte, que felicitamos, vem assinalando
o primeiro aniversário do seu blogue com posts diários. Aqui fica um contributo do
Ultraperiférico, com estas questões:
A tendência paritária homem/mulher é sobretudo um instrumento de
equidade e de justiça social, em rotura com o passado dominado por
homens, ou poderá constituir uma revolução civilizacional?
Dito de outro modo: Um maior contributo das mulheres na vida pública
pode transformar o mundo, torná-lo melhor?
[R]
Fotografia > Hans Bellmer (1902-1975), Alemanha/França
> La Poupée, c. 1935 (fonte: Dolls of Hans Bellmer)
[R]

Nome feliz inspirado na Cité des Dames (Christine de Pisan, 1363-1430) e muito
oportuno, dada a relevância das cidades no mundo contemporâneo e o crescente
protagonismo das mulheres na vida pública e intelectual.
Ao longo deste mês de Maio Cristina L Duarte, que felicitamos, vem assinalando
o primeiro aniversário do seu blogue com posts diários. Aqui fica um contributo do
Ultraperiférico, com estas questões:
A tendência paritária homem/mulher é sobretudo um instrumento de
equidade e de justiça social, em rotura com o passado dominado por
homens, ou poderá constituir uma revolução civilizacional?
Dito de outro modo: Um maior contributo das mulheres na vida pública
pode transformar o mundo, torná-lo melhor?
[R]
Fotografia > Hans Bellmer (1902-1975), Alemanha/França
> La Poupée, c. 1935 (fonte: Dolls of Hans Bellmer)
[R]
Etiquetas: blogs, Christine de Pisan, Hans Bellmer, mulheres
16 Comentários:
as mulheres tão mt à frente de nós mas às xs não têm essa noção, elas ficavam nu acampamento a cuzinhar (e comer) cogumelos enknt nós, homens, iamos caçar a carne para acompanhar, xegavamus tavam elas todas fora a falar falar falar lol
actualmente intitulam-na de religião pagã lol a natureza pagã, acordem bébés-escravos
WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM
Apesar da formatação mental, as mulheres não "funcionam" da mesma forma que os homens em sociedade, e muitas vezes essa forma de actuação é melhor. Se afastarmos a névoa que a sociedade medieval tentou lançar sobre as mulheres (e que Cristina de Pisan afrontou) vemos que é preciso ser verdadeiramente resistente para suportar todas as humilhações que lhes foram infligidas ao longo dos séculos.
Toda essa inferioridade, inscrita nos nossos genes e cultivada por uma sociedade liderada por homens, vai dar um trabalhão a "desfazer". Mas que o mundo seria melhor, porque não dar-nos o benefício da dúvida?
Os factos são estes - posso comprová-los por experiência directa de 22 anos de experiência profissional e pela observação do que se passa à minha volta: para que o mérito e competência de uma mulher sejam reconhecidos, ela tem de os ter em doses duplas relativamente aos homens.
O que significa, na prática, que um profissional(homem) mediano ou medíocre tem a mesma recompensa e reconhecimento (social, profissional, salarial) que uma boa profissional.
Há algumas nuances: se a profissional fôr pouco questionadora, ainda pode beneficiar de alguma condescendência.
Esta realidade torna-se particularmente patológica e irracional quando se verifica em organizações cujo principal fito é atingir os resultados com sucesso e fazer dinheiro...
Posto isto, e pensando na pergunta que Roteia coloca, penso que beneficiaríamos muito se nos libertássemos destes arcaísmos culturais... Seria uma revolução, sim.
Pois é, à Cristina Duarte, pelo seu blog, pela sua atitude e, principalmente, humor vai o meu apreço, frequentadora que sou das suas "novidades" diárias
Mulheres ao Luar
Linfoma:
Bébés-escravos, quem? Os homens, os filhos...?
Mário:
É de facto notável a capacidade de resistência à humilhação de muitas mulheres. Creio que por isso mesmo elas desenvolveram modos de defesa, poderes escondidos. Mas é difícil distinguir o cultural do estrutural naquilo que consideramos características femininas.
Bettips:
Do meu ponto de vista o mundo seria melhor sim, porque as soluções dependem essencialmente do equilíbrio entre as diferentes partes. Mas antes de mais torna-se necessário pôr em equilíbrio as partes masculinas e femininas dentro de cada um de nós, homens ou mulheres, e isto daria um trabalhão ainda maior.
BaLa:
O teu testemunho pessoal é bem esclarecedor de uma situação que infelizmente ainda persiste, no entanto em muitas profissões as coisas já não são assim: em várias áreas do funcionalismo público (o ensino por exemplo) e certas áreas empresariais (comércio e serviços) são mulheres que comandam as operações sem quaisquer constrangimentos.
Quanto à questão que levantei da revolução civilizacional... para além dos direitos ainda por reconhecer, será que alguma coisa de substancial mudaria se as mulheres em paridade ou maioria governassem o mundo?
Mena:
Concordo.
Bala: directo como o teu nome! É mesmo assim, a pele sente-o.
Ó Roteia, eu pedi...o benefício da dúvida, só. Mas lembro, aqui no rincão, Maria de Lurdes Pintasilgo, para mim um exemplo de mulher: culta, carinhosa, moderna, atenta... Mulher que, ao chegar, abriu as gavetas do Governo. Abç
Estou totalmente de acordo com Bala (sempre directa e certeira). As mulheres não somos melhores ou peores que os homens, mas com certeza, que uma maior participação das mulheres na vida pública, seria positiva.
bébés escravos da sociedade ocidental mediatizada pela tecnologia censuradora e o vórtex das ideias deitadas ao lixo e moderadas pela acumulação
Bettips e Pilar,
Vejo que sabem de que estou a falar. E ainda acrescento que o contributo da mulher para "o mundo melhor" só será possível se o padrão a seguir não fôr o masculino. Os contributos masculino e feminino são bons pela sua diferença e complementaridade. Mas infelizmente o paradigma a seguir - e seguido - por muitas mulheres para chegar aos centros de decisão e para neles se manterem é o paradigma masculino. Ora eu não tenho de seguir modelos masculinos para valer... Marilyn Monroe explicou isto muito melhor do que eu:"I don't mind living in a man's world as long as I can be a woman in it."
E, como diz Roteia, para que cada um dos géneros desempenhe o seu papel em pleno, tem de compreender e revelar os seus lados - masculino e feminino. O que é, talvez, a chave do problema, mas, reconheço, complicado.
É um instrumento de equidade e justiça, aliás consagrado nos direitos humanos e na lei. Uma revolução civilizacional, não sei se será, uma vez que a civilização ocidental (porque esta questão põe-se apenas nas sociedades gregas-latinas-cristãs) já é baseada no confronto de opiniões/ideias. Aumenta o número de opiniões/ideias (a entropia democrática). Tornar o mundo melhor, duvido. De certeza que não o torna pior. É interessante reflectir na organização social das primitivas tribos europeias, quando a procriação era um mistério e não se associava a cópula à fecundação: eram sociedades matriarcais, adoradoras da Grande Deusa (Lua), com uma rainha que copulava com homens escolhidos, em rituais sangrentos, os quais acabavam com o sacrifício desse rei por um dia, a bem da caça e das colheitas. Foram milénios assim. A experiência do dirigismo sexista (ou racista, ou religioso, etc.) tem uma história sombria.
Último dia para votar na Bruxa!! Isto é PUB gratuita pois se votar não ganha nada com isso. Mas a Bruxinha agradece do fundo do caldeirão!
Paulo,
Concordo que o dirigismo sexista não traz nada de bom, como aliás se comprova na nossa experiência civilizacional - e aqui não a restrinjo à civilização ocidental. O confronto de ideias não significa paridade e igualdade de direitos, se os mecanismos sociais implicarem o privilégio de género.
Como o privilégio de género impede o contributo complementar e paritário dos dois sexos, então não duvido que a sua abolição pode trazer-nos um mundo melhor.
Cada um de nós assumirmo-nos como individuos particulares, e não como "actores" de um qualquer papel de género" é uma tarefa digna de Hércules, que pôe à prova a nossa "fibra" psicológica e a capacidade que um organismo tem de viver em meio hostil.
Quando o conseguimos só falta esperar que os outros também o consigam fazer.
Ser mulher e estar no poder não significa que vai haver necessariamente uma política diferente, basta ver os exemplos que já existiram. Depende da mulher e do seu projecto.Assim acredito que poderá haver diferenças e (porque não?) melhoras.Sou fiminista e isso passa também por assumir que homens e mulheres são diferentes mas por admitir também a minha parte masculina e a feminina que há no outro.
digo feminista,desculpa
Enviar um comentário
<< Home