[citação 06]
CANTARTE HEI, GALICIA

Poema > Rosalia de Castro (1837-1885), Galiza
> in A Rosa dos Claustros, ed. Crisálida, 2004 (colectânia galego-portuguesa)
Pintura > Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), Portugal
> Entrada, 1917 (Col. Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian)
25 de Julho, assinalando o Dia da Pátria Galega.
[P]
CANTARTE HEI, GALICIA

“ Cantarte hei, Galicia,
teus dulces cantares,
que así mo pediron
na beira do mare.
Cantarte hei, Galicia,
na lengua gallega,
consolo dos males,
alivio das penas.”
Poema > Rosalia de Castro (1837-1885), Galiza
> in A Rosa dos Claustros, ed. Crisálida, 2004 (colectânia galego-portuguesa)
Pintura > Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), Portugal
> Entrada, 1917 (Col. Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian)
25 de Julho, assinalando o Dia da Pátria Galega.
[P]
Etiquetas: [citações 01-10], Amadeo de Souza-Cardoso, Galiza, Rosalia de Castro
8 Comentários:
Obrigado Propranolol, lindo post!
.../...
que aló do Miño están,
os bos fillos do Luso,
apartados
irmáns
de nós por un destino
envexoso e fatal.
Cos
robustos acentos,
grandes, os chamarás,
¡verbo do gran
Camoens,
fala de Breogán!
…/…
poema «A Fala» de Eduardo Pondal
A nobre Lusitânia
os brazos tende amigos,
ós eidos
ben antigos
con un punxente afán;
poema « Os Pinos» de Eduardo Pondal.
Marga
E agora comovi-me, fiquei sem palavras. Excepto duas: obrigado Marga.
"Cantarte hei Galicia" da grande Rosalia de Castro é belo. Mas são também belos os poemas de Eduardo Pondal que Marga nos dá a conhecer. Viva Galicia! Viva a amizade Luso-Galega!
Já agora, o topinimo correcto em galego é Galiza. O uso de «Galicia» é um castelhanismo, fruto de séculos de ausência de uma tradição erudita e norma escrita para o galego, que sobreviveu apenas na cultura oral. O uso de grafia castelhana pelos primeiros autores do Ressurgimento Galego não é por acaso: era simplesmente o que eles tinham mais à mão.
Obrigado, Heliocoptero, pelos esclarecimentos.
Heliocoptero estou de acordo consigo: “Galicia é um castelhanismo, e o topónimo é Galiza”. Mas não estou de acordo com seja : “… fruto de séculos de ausência de tradição erudita …” (Rosália de Castro, Eduardo Pondal, Curros Henriques, Manoel Murgía…) e sim, como consequência, da opressão do Estado Espanhol e a imposição do Castelhano como língua oficial.
Marga
Heliocoptero e Marga:
Como as línguas são entidades vivas, em permanente transformação, as influências entre pátrias vizinhas são um fenómeno de todos os tempos e de todos os lugares. A "pureza" da língua não se perde, por exemplo, nas regiões raianas portuguesas, onde no entanto é habitual ouvir palavras de influência castelhana. Também no campo erudito, vários poetas portugueses antigos escreveram parte da sua obra em galego-português ou em castelhano.
Já a resistência do castelhano a outras línguas me parece questão diferente.
Mas pessoalmente, mais do que os castelhanismos, incomodam-me os anglofonismos da moda.
Gostava de esclarecer, não querendo ser classificada de chauvinista, a Heliocoptero é que, sendo certo que “GALICIA” é um castelhanismo, termo utilizado por Rosália de Castro em 1853, não podia tirar a conclusão de que era “fruto de uma ausência de tradição erudita…”. E como muito bem diz o Roteia, as línguas são entidades vivas, em permanente transformação e no caso do Galego, ademais, com uma história de opressão.
Marga
Enviar um comentário
<< Home