terça-feira, julho 25, 2006

[citação 06]
CANTARTE HEI, GALICIA




Cantarte hei, Galicia,
teus dulces cantares,
que así mo pediron
na beira do mare.
Cantarte hei, Galicia,
na lengua gallega,
consolo dos males,
alivio das penas.

Poema > Rosalia de Castro (1837-1885), Galiza

> in A Rosa dos Claustros, ed. Crisálida, 2004 (colectânia galego-portuguesa)

Pintura > Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), Portugal
> Entrada, 1917 (Col. Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian)

25 de Julho, assinalando o Dia da Pátria Galega.

[P]

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8 Comentários:

Anonymous Anónimo escreveu...

Obrigado Propranolol, lindo post!

.../...
que aló do Miño están,
os bos fillos do Luso,
apartados
irmáns
de nós por un destino
envexoso e fatal.
Cos
robustos acentos,
grandes, os chamarás,
¡verbo do gran
Camoens,
fala de Breogán!

…/…
poema «A Fala» de Eduardo Pondal



A nobre Lusitânia
os brazos tende amigos,
ós eidos
ben antigos
con un punxente afán;

poema « Os Pinos» de Eduardo Pondal.


Marga

26 julho, 2006 01:56  
Anonymous Anónimo escreveu...

E agora comovi-me, fiquei sem palavras. Excepto duas: obrigado Marga.

26 julho, 2006 02:07  
Anonymous Anónimo escreveu...

"Cantarte hei Galicia" da grande Rosalia de Castro é belo. Mas são também belos os poemas de Eduardo Pondal que Marga nos dá a conhecer. Viva Galicia! Viva a amizade Luso-Galega!

26 julho, 2006 02:51  
Blogger Héliocoptero escreveu...

Já agora, o topinimo correcto em galego é Galiza. O uso de «Galicia» é um castelhanismo, fruto de séculos de ausência de uma tradição erudita e norma escrita para o galego, que sobreviveu apenas na cultura oral. O uso de grafia castelhana pelos primeiros autores do Ressurgimento Galego não é por acaso: era simplesmente o que eles tinham mais à mão.

30 julho, 2006 17:13  
Anonymous Anónimo escreveu...

Obrigado, Heliocoptero, pelos esclarecimentos.

31 julho, 2006 15:57  
Anonymous Anónimo escreveu...

Heliocoptero estou de acordo consigo: “Galicia é um castelhanismo, e o topónimo é Galiza”. Mas não estou de acordo com seja : “… fruto de séculos de ausência de tradição erudita …” (Rosália de Castro, Eduardo Pondal, Curros Henriques, Manoel Murgía…) e sim, como consequência, da opressão do Estado Espanhol e a imposição do Castelhano como língua oficial.

Marga

01 agosto, 2006 17:15  
Anonymous Anónimo escreveu...

Heliocoptero e Marga:

Como as línguas são entidades vivas, em permanente transformação, as influências entre pátrias vizinhas são um fenómeno de todos os tempos e de todos os lugares. A "pureza" da língua não se perde, por exemplo, nas regiões raianas portuguesas, onde no entanto é habitual ouvir palavras de influência castelhana. Também no campo erudito, vários poetas portugueses antigos escreveram parte da sua obra em galego-português ou em castelhano.
Já a resistência do castelhano a outras línguas me parece questão diferente.
Mas pessoalmente, mais do que os castelhanismos, incomodam-me os anglofonismos da moda.

02 agosto, 2006 12:43  
Anonymous Anónimo escreveu...

Gostava de esclarecer, não querendo ser classificada de chauvinista, a Heliocoptero é que, sendo certo que “GALICIA” é um castelhanismo, termo utilizado por Rosália de Castro em 1853, não podia tirar a conclusão de que era “fruto de uma ausência de tradição erudita…”. E como muito bem diz o Roteia, as línguas são entidades vivas, em permanente transformação e no caso do Galego, ademais, com uma história de opressão.

Marga

02 agosto, 2006 16:01  

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